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01/03/2024

Saúde da mulher: HPV está associado a 90% dos casos de câncer de colo do útero

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O HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Estima-se que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano.

Março é o mês da mulher e, nada mais justo que, junto dele, pautas como a saúde feminina sejam destaques. Além disso, Março também é colorido da cor lilás, lembrando da importância da prevenção e conscientização dos casos de câncer de colo de útero. Doença essa que está completamente ligada ao HPV (papiloma vírus humano).

HPV e câncer de colo do útero
Cerca de 20% dos cânceres humanos são causados por vírus – e destes, 50% são provocados pelo papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês). Existem mais de 150 tipos conhecidos deste vírus, a maioria, inofensiva.

O HPV, especificamente dois deles: tipo 16 e tipo 18, está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, mas também pode levar a outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe. O câncer de colo do útero é uma doença grave e pode ser uma ameaça à vida. É o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões em desenvolvimento.

Dados do HPV
A taxa de infecção pelo HPV na genital atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual e 41,6% dos homens. Os resultados são da pesquisa nacional sobre o tema, encomendada pelo Ministério da Saúde e feita por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS).  Os números referem-se à modalidade de alto risco da doença. O cenário reforça a importância da vacinação, política pública em que a pasta vem redobrando investimentos desde o início da atual gestão.

Dados câncer colo de útero
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres. Para cada ano do triênio 2023-2025 foram estimados 17.010 casos novos, o que representa uma taxa bruta de  incidência de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2022).

Na análise regional, o câncer do colo do útero é o segundo mais incidente nas regiões Norte (20,48/100 mil) e Nordeste (17,59/100 mil) e o terceiro na Centro-Oeste (16,66/100 mil). Já na região Sul (14,55/100 mil) ocupa a quarta posição e, na região Sudeste (12,93/100 mil), a quinta posição (INCA, 2022).

Vacina é grande aliada
Existem três vacinas profiláticas contra o HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e que estão comercialmente disponíveis. Todas as vacinas conferem proteção contra os HPV de alto risco 16 e 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero. As vacinas quadrivalente e nonavalente protegem também contra os HPV de baixo risco 6 e 11, associados a 90% dos casos de condilomatose (verrugas) anogenitais. A vacina nonavalente confere proteção contra outros tipos de HPV de alto risco: 31, 33, 45, 52 e 58, relacionados a aproximadamente 20% dos casos de câncer do colo do útero.

O Ministério da Saúde incorporou ao SUS, em 2014, a vacina quadrivalente, tendo como objetivo principal a prevenção do câncer do colo do útero. A implantação da vacinação no Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi gradativa: em 2014 a vacina foi disponibilizada para as adolescentes de 11 a 13 anos; em 2015 houve ampliação para as meninas/adolescentes de 9 a 13 anos e também foi contemplada a população feminina de 9 a 26 anos vivendo com HIV/Aids; em 2017 a vacinação foi ampliada para as meninas/adolescentes de 9 a 14 anos e introduzida para a população masculina de 11 a 14 anos e de 9 a 26 anos de idade vivendo com HIV/Aids, além de indivíduos submetidos a transplantes de órgãos sólidos/medula óssea e pacientes oncológicos da mesma faixa etária. Em 2021, mulheres imunossuprimidas até 45 anos também foram incluídas. Em 2022, ocorreu a ampliação da vacinação para meninos de 9 e 10 anos e para homens imunossuprimidos com até 45 anos.

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