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18/06/2021

Dia Nacional do Luto é marcado com palestra no Hospital São José

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Palestra sobre luto foi ministrada pela psicóloga do HSJ, Karla Künzel, na manhã desta sexta-feira, 18.

Os colaboradores do Hospital São José foram convidados a participar de uma palestra na manhã que antecede o Dia Nacional do Luto, no próximo sábado (19). Karla deu início explicando que o objetivo do luto é incorporar à mente uma perda ocorrida na realidade, e que esse processo se caracteriza pela repetida rememoração de sentir falta, sempre acompanhado pelo sentimento de tristeza.

Karla explicou também que o luto é um processo normal, que demanda tempo e investimento nas lembranças relacionadas à pessoa perdida. A duração, afirma a profissional, varia conforme a relação entre quem partiu e quem ficou, sendo destacadas as cinco fases do luto:

- 1º negação e isolamento: choque da notícia e movimento de afastamento.

- 2º raiva: revolta, inveja, ressentimento, emoções, sentimento de inconformismo e de “por quê?” 

- 3º barganha: trocas de méritos ou ações que prometem empreender (geralmente quando o processo é ainda em vida).

- 4º depressão: sentimentos de tristeza, solidão e saudade. Um movimento que leva a introspecção e cansaço.

- 5º aceitação: o enlutado que já conseguiu vencer os estágios anteriores chega, agora, ao momento em que a saudade se torna mais sossegada, se sente mais em paz e começa a ter condições de se organizar na vida.

O luto não está apenas na finitude

Para a psicóloga, o luto é um processo que se vive ao longo de toda a vida, estando ligado desde a infância até o último suspiro: "ao longo da nossa vida temos ciclos que se encerram e em cada momento desses temos um processo de luto em menor ou maior intensidade. Nesses pequenos lutos, nós vamos nos preparando para o luto que entendemos como o luto da finitude, o de perder alguém. Então, também tem a ver com um processo de aceitação, de entender que é preciso aceitar que ao longo da vida encerramentos acontecerão."
 
Mas como proceder no processo do luto?

Karla afirma que é preciso se deixar falar, relembrar, dizer o que não foi possível e também lembrar do que se viveu e foi bom. Assim, encarar a nova realidade será mais fácil. "Entretanto, é importante estar atento, pois, às vezes, é preciso buscar ajuda profissional, com psiquiatras e psicólogos."

O luto em tempos difíceis

Entre os colaboradores presentes na palestra, Bruna Reckziegel, farmacêutica do HSJ, destaca a importância do assunto ter sido debatido no hospital, pois, segundo Bruna, a palestra os fez refletir sobre qual o verdadeiro significado da vida e o que as pessoas estão fazendo com o tempo que lhe são concedidos:

"Será que eu estou realmente vivendo o presente, o aqui e o agora, ou fico mentalizando coisas do passado e futuro? Nestes tempos de pandemia, o luto entrou nas nossas vidas de uma maneira abrupta, sem precedentes. A dor da perda, a dor do fechamento de ciclos é praticamente inevitável e por vezes difícil de superar. Cada um tem o seu tempo de viver com essa tristeza e cabe a nós respeitarmos este tempo. Penso que essa palestra teve como objetivo aflorar, ou pelo menos sensibilizar, ainda mais o nosso grande papel na instituição: o cuidado amoroso na vida de TODOS. Com pacientes, profissionais, amigos e colegas", finaliza.

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