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30/04/2018

Medidas de prevenção contra a toxoplasmose são sempre necessárias

Texto: Patrícia Feiten - CDN Comunicação

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Com o aumento no número de casos confirmados de toxoplasmose em Santa Maria (RS), cresce a preocupação das gestantes em relação aos riscos para o desenvolvimento dos bebês. Mas com medidas de precaução e determinados cuidados, a contração da doença fica muito reduzida.

Como a doença é transmitida principalmente através de alimentos e água contaminados, a prevenção começa por um controle rigoroso do consumo, evitando-se a ingestão de carne malcozida, água não filtrada e vegetais mal-lavados. Higienizar as mãos antes das refeições também é fundamental, assim como evitar contato com fezes de gato. As recomendações são do infectologista do Hospital Divina Providência, Sidnei Alves dos Santos Júnior.

A toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e, na maioria dos casos, não manifesta sintomas. “Quando ocorrem, eles costumam ser brandos (febre, dores pelo corpo e dor de cabeça) e durar pouco tempo (de três a quatro dias)”, explica Sidnei. Algumas pessoas podem apresentar ínguas e dor de garganta por cerca de duas semanas, mas quadros graves, como danos ao fígado, pulmão ou cérebro, são muito incomuns, segundo o infectologista. Em pessoas com baixa imunidade, como pacientes com AIDS em estágio avançado, há um risco maior dos quadros graves. O tempo de incubação da doença varia de cinco a 20 dias.

Para as gestantes, o perigo é quando o primeiro contato com o protozoário acontece durante a gravidez. Há o risco de transmissão do parasita para o bebê através da placenta, o que em alguns casos não acarreta consequências e, em outros, pode até levar à morte. Baixo peso, nascimento prematuro, aumento do fígado, icterícia, anemia, diminuição das plaquetas, danos ao cérebro, pulmão e coração estão entre as possíveis complicações, diz Sidnei. Entre mulheres que contraíram o Toxoplasma antes da gravidez, o surgimento de problemas nos bebês é extremamente raro.

“O ideal é que as mulheres façam exame (de sangue) antes mesmo de engravidar para saber se já tiveram contato com o protozoário. Quando isso não for feito, deve-se realizar essa avaliação logo no início da gravidez”, recomenda Sidnei. Se o exame indicar que a gestante nunca teve contato com o Toxoplasma antes, a orientação é reforçar as medidas de prevenção. Caso ela seja diagnosticada com a doença, a gravidez deve ser monitorada com cuidado e pode ser necessário tratamento para reduzir o risco de complicações para o bebê.

O risco de transmissão da toxoplasmose para o bebê aumenta com o avanço da gestação – quanto mais perto do fim, maior a chance de infecção. Os danos para o feto, porém, são maiores quando o contágio ocorre nos primeiros meses. “Assim, se a infecção materna acontece no início da gravidez, há menos chance de o bebê ter problemas, mas, se eles ocorrerem, serão mais graves”, alerta o infectologista.

O surto de toxoplasmose em Santa Maria foi confirmado pela Secretaria Estadual da Saúde no dia 19 de abril. Até a sexta-feira (27 de abril), 105 casos haviam sido confirmados, dos quais 18 são gestantes. A causa da contaminação, porém, ainda é desconhecida. A doença é comum no Rio Grande do Sul. “Dependendo da região do estado, até 80% da população pode já ter tido contato com o Toxoplasma, mas, na maioria das vezes, esse contato não determina doença”, afirma Sidnei.

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