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18/05/2022

Hospital Estrela participa de ação sobre o Dia da Luta Antimanicomial

Evento ressaltou a importância da abordagem multiprofissional e humanizada aos pacientes da saúde mental

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Foto: Pablo Reis/Prefeitura de Estrela

Foto: Pablo Reis/Prefeitura de Estrela

Nesta quarta-feira (18), o Hospital Estrela (HE) participou da ação sobre o Dia da Luta Antimanicomial, promovida pelo Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Estrela. O evento, ocorrido na sede do CAPS, contou com a participação do vice-prefeito, João Carlos Schäfer, e do secretário da Saúde, Celso Kaplan, integrantes do CAPS e colaboradores da área de saúde mental.


O HE, que integra a Rede de Atendimento Psicossocial (RAPS), participou do evento, sendo representado pela psiquiatra Luciana da Silveira, a assistente social Vanessa Plentz e a enfermeira Noeli Jantsch.


O evento contou com apresentação musical, manifestações de profissionais da saúde mental e uma caminhada. A psiquiatra Luciana da Silveira enfatizou a importância dos diversos dispositivos de cuidado em saúde mental, que trabalham de forma conjunta e visam o atendimento humanizado do paciente em seu território. “Com a reforma psiquiátrica, iniciada nos anos 1980, foi modificada a forma de tratamento de doenças mentais. Antes, as pessoas eram internadas em manicômios por longos períodos, eram afastadas da família e da sociedade e, muitas vezes, sofriam graves violações”, destaca a psiquiatra, que relembrou as barbáries que ocorreram no Hospital Psiquiátrico Colônia de Barbacena, onde morreram 60 mil pessoas. 

Luta Antimanicomial

Em junho de 1987, a 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental foi um dos momentos precursores na reforma da saúde mental. A psiquiatra do HE explica que a luta antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento psíquico.

Dentro desta luta está o combate ao conceito de que se deve isolar a pessoa com transtorno mental para tratamento, ideia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental.

“A reforma teve como marca registrada o fechamento gradual de hospícios que proliferavam país afora. A lei que promoveu a reforma, tem como diretriz principal a internação do paciente somente se o tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz. Em substituição aos hospitais psiquiátricos, foram criados os CAPs, equipes multiprofissionais, leitos psiquiátricos em hospital geral, entre outros", salienta. 


Atenção contra os retrocessos
Luciana enfatizou que é preciso ter atenção com a perda de investimentos que as RAPS estão sofrendo no Brasil. “É importante que possamos enxergar o quão grave era a situação antes da reforma psiquiátrica. Não podemos retroceder nenhum passo, mas sim avançar no sentido do tratamento humanizado, fortalecendo as instituições que promovem esse cuidado”, diz.

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