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O cenário de esgotamento pode se agravar devido à pressão de cumprimento de metas e prazos

O esgotamento no trabalho, conhecido como síndrome de burnout, tem se tornado uma preocupação crescente entre trabalhadores brasileiros. Segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR), o Brasil é o segundo país com o maior número de pessoas afetadas pelo estresse no trabalho, atrás apenas do Japão. Esse cenário se agrava no final do ano, período em que a pressão para cumprir metas e finalizar pendências costuma aumentar significativamente.

De acordo com dados da Previdência Social, cerca de 10% dos afastamentos por transtornos mentais e comportamentais no Brasil estão associados ao burnout. Em 2023, observou-se um aumento nas licenças médicas relacionadas ao estresse crônico, reflexo de um ambiente corporativo cada vez mais desafiador e de exigências profissionais intensas.

"A síndrome de burnout se caracteriza por um estado de exaustão extrema, resultante de situações de trabalho desgastantes e prolongadas. Entre os principais sintomas estão fadiga constante, dificuldades de concentração, irritabilidade, alterações no sono e sentimentos de ineficácia e desamparo. Consequências mais severas podem incluir depressão, doenças cardiovasculares e afastamento prolongado do trabalho.” destaca a médica psiquiatra da Rede de Saúde da Divina Providência, Sâmara Becker

A proximidade do final do ano acentua esses sintomas, pois muitos profissionais sentem-se pressionados a concluir projetos e atender a expectativas elevadas, o que sobrecarrega, ainda mais, a saúde mental. Essa fase é marcada por um aumento no volume de tarefas e prazos apertados, criando um ciclo de exaustão, podendo impactar não apenas o desempenho profissional, mas também a vida pessoal.

A especialista recomenda  que empresas e trabalhadores adotem medidas preventivas, como gestão adequada do tempo, divisão de tarefas e pausas regulares.  “Promover um ambiente de trabalho saudável e reconhecer os sinais de esgotamento são passos essenciais para evitar que o burnout comprometa a qualidade de vida dos colaboradores e a produtividade das empresas.” finaliza a profissional.

Dados Rio Grande do Sul

Segundo um levantamento do Ministério da Saúde em 2023, o Rio Grande do Sul apresentou aumento de cerca de 20% nos afastamentos relacionados a transtornos mentais no ambiente de trabalho, uma das causas mais comuns do burnout.