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O Hospital Divina implantou o protocolo institucional de Prevenção, Identificação e Manejo ao Delirium - uma condição clínica caracterizada pela alteração aguda e significativa no estado mental, resultando em confusão, desorientação, distúrbios na percepção, na atenção e na capacidade de pensamento. O objetivo é proporcionar uma assistência adequada e voltada à prevenção, além do suporte rápido e especializado pelo time assistencial.

Esse estado de confusão mental pode variar de intensidade e, geralmente, desenvolve-se de forma rápida, em questão de horas a dias. O protocolo classifica como alto risco para Delirium os pacientes internados com idade igual ou maior a 75 anos e com antecedentes de síndrome demencial ou evidência de déficit cognitivo. No HD, cerca de 25% dos pacientes internados se enquadram neste perfil. 

O gerenciamento do protocolo é liderado pela coordenadora assistencial das Unidades de Internação, enfermeira Camila Porto. A profissional explica que os principais sintomas do Delirium incluem desorientação aguda (não saber onde está ou que dia é, por exemplo); dificuldade em focar ou manter a atenção; alterações na memória de curto prazo; mudanças no ciclo do sono (sonolência diurna e insônia noturna); e alterações emocionais (irritabilidade, ansiedade, depressão).

“O Delirium é causado por uma combinação de fatores, que podem incluir infecções, uso de certos medicamentos, desidratação, desequilíbrios metabólicos, abstinência de substâncias, uso de vários medicamentos, entre outros. É mais comum em idosos e em pessoas hospitalizadas”, esclarece a enfermeira.

Camila ressalta que os familiares têm mais condições de perceber as mudanças nos pacientes internados. “É uma posição privilegiada para notar mudanças sutis de comportamento e estado mental. Por isso, a importância de uma boa comunicação entre família e profissionais”, alerta.

Uma das medidas preventivas é, principalmente, manter um ambiente familiar, para que o paciente se sinta seguro e confortável, o que acaba reduzindo o estresse e a confusão. “Queremos que todos os pacientes com risco de delirium sejam beneficiados com o protocolo”, expõe.

Camila destaca a importância da implementação do protocolo nas rotinas hospitalares, uma vez que o Delirium aumenta o tempo de permanência no hospital, causando declínio funcional, desgaste familiar, institucionalização e maior mortalidade.

Confira as ações realizadas no Divina, desde a implementação do protocolo:

   - aula inaugural em 26 de março com a médica geriatra, Dra. Walkiria Rodrigues; 

   - capacitação das equipes, com confecção e distribuição de folder de sensibilização com medidas de prevenção para equipe multiprofissional e familiares;

   - projeto de estimulação cognitiva -  que disponibiliza  materiais para manter a cognição dos pacientes como cubo mágico, jogos de cartas, de tijolinhos, dominó, entre outros e kits de pintura.

Ao longo do tempo, os dados monitorados do protocolo permitirão, com maior previsibilidade, direcionar medidas focadas às características epidemiológicas da nossa população atendida. “Além disso, contribuirá na personalização dos cuidados médicos dentro do hospital e no seguimento mais assertivo destas medidas quando da transição do cuidado seguro para a residência”, reforça o gerente médico do HD, Dr. Maurício Menna Barreto.