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09/05/2024
Algumas doenças têm risco relacionado às enchentes
Leptospirose, hepatite A, diarreria infecciosa, tétano e dengue são as mais prevalentes
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As inundações que estamos presenciando determinam aumento do risco de contrair algumas doenças. Você sabe quais sintomas elas causam e como preveni-las? Confira as informações fornecidas pelo infectologista da Rede de Saúde da Divina Providência, Dr. Sidnei Alves dos Santos Jr.
Leptospirose
É uma infecção que causa desde quadros assintomáticos até casos graves. É causada por uma bactéria transmitida pela exposição à urina de animais, especialmente ratos. Entra no organismo pelo contato com a pele.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre a infecção e o aparecimento de sintomas, normalmente é de 7 a 14 dias.
Sintomas comuns são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, náuseas, vômitos e perda de apetite. Algumas alterações são menos frequentes: diarreia, dores articulares, icterícia (amarelão), além de aumento da sensibilidade à luz, dor e vermelhidão nos olhos.
O tratamento é feito com o uso de antibióticos. Casos graves requerem internação.
A profilaxia medicamentosa para leptospirose não tem grande respaldo científico, mas pode ser útil em algumas situações. No contexto atual do RS, a Secretaria Estadual da Saúde recomendou sua utilização em situações de pessoas expostas por períodos prolongados a água potencialmente contaminada, especialmente socorristas.
Hepatite A
Na maioria absoluta dos casos, causa uma doença leve, mas pode evoluir com mais gravidade (menos de 1% dos casos). A contaminação acontece a partir da ingestão de água ou alimentos contaminados.
O período de incubação é, em média, de 30 dias.
Os sintomas característicos são náuseas, vômitos, perda de apetite, febre, mal-estar, dor abdominal. Após alguns dias, podem aparecer urina escura, fezes claras e icterícia (“amarelão”).
Não existe tratamento específico para hepatite A, mas a doença tem evolução benigna na maioria absoluta dos casos.
A hepatite A é prevenida especialmente por uma boa infraestrutura sanitária e medidas básicas de saúde, como a higienização das mãos. Além disso, a vacina disponível é altamente eficaz.
Diarreia infecciosa
Embora não cause casos graves habitualmente, é uma doença muito comum. A contaminação acontece a partir da ingestão de água ou alimentos contaminados.
O período de incubação habitual é de 1 a 5 dias.
O sintoma característico é a diarreia, frequentemente acompanhada de náuseas, vômitos, dor abdominal e febre. A presença de sangue ou pus nas fezes sugere origem bacteriana.
As principais medidas terapêuticas são hidratação e medidas para alívio dos sintomas. Quando identificada a origem bacteriana, deve-se usar antibióticos.
Assim como no caso da hepatite A, uma infraestrutura sanitária adequada e a adoção de bons hábitos de higiene são essenciais para a prevenção.
Tétano
É uma doença grave, causada por uma bactéria encontrada na terra, poeira, galhos, arbustos, fezes, água contaminada, entre outros.
O período de incubação usual é de 5 a 15 dias.
A doença costuma causar contratura, rigidez e espasmos musculares, acometendo inicialmente a musculatura da face, mas podendo atingir qualquer parte do corpo. É uma doença cujo tratamento é realizado em UTI, com antibióticos, limpeza do ferimento que levou à doença, sedação e cuidados com o ambiente para controle dos espasmos.
O tétano possui uma vacina altamente eficaz para prevenção. Após o esquema inicial, deve-se fazer reforço a cada 10 anos. Em ferimentos de maior risco e dependendo do histórico vacinal, deve-se fazer a administração de anticorpos para evitar a doença.
Dengue
A dengue é causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Na maioria absoluta dos casos, não apresenta complicações, embora possa causar casos graves. Embora a transmissão não esteja diretamente relacionada à exposição à água contaminada, ambientes alagados favorecem a proliferação do mosquito transmissor da doença e aumentam sua ocorrência.
O período de incubação normalmente é de 8 a 12 dias.
Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo e nas articulações, cansaço são comuns, mas pode causar também manchas na pele, náuseas, perda de apetite, vômitos e diarreia.
O tratamento é baseado em hidratação e controle sintomático, mas nos casos graves pode ser necessária internação hospitalar.
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