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12/03/2022
Recebe alta hospitalar paciente submetida a procedimento cardíaco inédito
Implantação de suporte aórtico externo personalizado, ou PEARS, era inédito na América Latina
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Recebeu alta nesta segunda-feira, 14, a paciente submetida ao procedimento de implantação de suporte aórtico externo personalizado, ou PEARS (Personalized External Aortic Root Support) na última quarta-feira, 9, no Hospital Divina Providência. Esta forma de tratar aneurisma de aorta era inédita nas Américas até o momento.
Ao invés de substituir a aorta doente, o dispositivo a envolve e reforça externamente. Raquel Adami Dadalti, 30 anos, proveniente de São Paulo, é portadora de dilatação da aorta e de Síndrome de Marfan. Ela afirma que se sente bem, confirmando informação da equipe médica de que a evolução foi muito boa. Conta que os primeiros dias na UTI foram os mais difíceis. “Após ser transferida para o quarto, tive melhora na saturação, além de fisioterapia mais intensiva. Então, o desconforto foi minimizado. Hoje, de alta, vejo que tomei a decisão de menor risco, mais benéfica para minha saúde e fico feliz em fazer parte desse projeto”, declarou Raquel.
O procedimento faz parte de um projeto de pesquisa liderado pelo cirurgião cardiovascular e professor Renato Kalil. O pós-operatório foi realizado pelos médicos cardiologistas João Carlos Guaragna e Nicolas Stefano (com ela na foto em destaque).Também integraram a equipe os cirurgiões Felipe Salles, Rafael Ceron e Débora Klein. A avaliação pós-operatória será contínua, assim como estabelecido protocolo para o prosseguimento e a ampliação do projeto.
O cirurgião cardiotorácico Austin Conal, do Guys & St. Thomas Hospital de Londres, e o bioengenheiro Tal Golesworthy, criador da prótese sob medida e o primeiro paciente a receber o implante, acompanharam o procedimento.
Vantagens
O professor Kalil explica que a cirurgia é realizada com o coração batendo e não é necessária a circulação extracorpórea. Ele acrescenta que a principal vantagem está na preservação da estrutura natural da aorta e da valva aórtica, que não é substituída. Além disso, os tempos de duração da cirurgia e da hospitalização são menores. O paciente pode retornar às atividades normais a partir da consolidação do esterno e não é necessária anticoagulação a longo prazo.
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