Notícias
09/03/2022
Procedimento cardíaco inédito nas Américas é realizado no HDP
Implantação de suporte aórtico externo personalizado, ou PEARS, integra um projeto de pesquisa
Compartilhe:
Um projeto de pesquisa liderado pelo cirurgião cardiovascular e professor Renato Kalil começou a ser colocado em prática. Como parte dessa proposta, nesta quarta-feira, 9, foi realizado, no Hospital Divina Providência, o procedimento de implantação de suporte aórtico externo personalizado, ou PEARS (Personalized External Aortic Root Support).
Esta forma de tratar aneurisma de aorta era inédita nas Américas até o momento.Ao invés de substituir a aorta doente, o dispositivo a envolve e reforça externamente. A nova técnica ainda não está disponível no Brasil.
A paciente voluntária, de 31 anos e proveniente de São Paulo, é portadora de dilatação da aorta e de Síndrome de Marfan, um distúrbio genético do tecido conjuntivo que causa anomalias nos olhos, nos ossos, no coração, nos vasos sanguíneos, nos pulmões e no sistema nervoso central. Ela foi selecionada por interesse pessoal e em colaboração com os desenvolvedores ingleses da técnica.
Equipe
O cirurgião cardiotorácico Conal Austin, do Guys & St. Thomas Hospital de Londres, e o bioengenheiro Tal Golesworthy, criador da prótese sob medida, acompanharam o procedimento, realizado sem intercorrências. Também integraram a equipe os cirurgiões Felipe Salles, Rafael Ceron e Débora Klein, bem como a equipe de cardiologistas do HDP lideradas pelo professor João Carlos Guaragna. A avaliação pós-operatória será contínua, assim como estabelecido protocolo para o prosseguimento e a ampliação do projeto.
Entre as diversas vantagens da cirurgia, realizada com o coração batendo, o professor Kalil cita que não é necessária a circulação extracorpórea. A principal vantagem está na preservação da estrutura natural da aorta e da valva aórtica. Esta não é substituída. Os tempos de duração da cirurgia e da hospitalização são menores. O paciente pode retornar às atividades normais a partir da consolidação do esterno e não é necessária anticoagulação a longo prazo.
Compartilhe: