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Gente querida,

Nós, cristãos, na Sexta-Feira Santa celebramos o sofrimento de Jesus, sua condenação e morte na cruz. Jesus não morreu em consequência de um vírus. Ele foi condenado e morto em consequência do seu jeito de viver: por ter denunciado as situações de injustiça, por ter acolhido e incluído os pobres e indefesos. Foi morto porque escolheu ser fiel à sua missão até o fim, não aceitando nenhum privilégio que o livrasse do sofrimento e da morte.

Viver a Sexta-Feira Santa de 2020 é renovar o desejo de VIVER e defender a VIDA das pessoas que nos são confiadas. É renovar a decisão de ser fiel à nossa missão até o fim.

Renovemos nossa esperança mesmo quando a cruz for pesada, pois você sempre encontrará, em seu caminho, em seus Calvários, um Cireneu que o ajudará a carregar a cruz; uma Verônica que enxugará seu rosto; alguma mulher forte, alguma pessoa que permanece de pé ao seu lado como a mãe de Jesus. Mas prestemos atenção, porque sempre estará também em nosso caminho alguém para quem eu sou convidada(o) a ser o Cireneu, que alivia o peso dos ombros de alguém, a Verônica para enxugar as lágrimas ou para ser a pessoa forte que permanece de pé ao lado de quem está crucificado por tantas formas de sofrimento.

 É de Jesus que aprendemos a carregar nossas cruzes com perseverança pois, com a cruz, nós carregamos a certeza que o amor não morre, que todo gesto de bondade reverte em vida, em ressurreição, em Páscoa. Por isso, vale a pena cuidar amorosamente da vida, especialmente em nossos hospitais.

Irmã Inês Pretto

Presidente da Sociedade Sulina Divina Providência