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27/09/2018

Primeiro dia da VI Jornada Integrada em Saúde 2018 Hospital Independência

Texto: Bruna Gandolfo/CDN Comunicação

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VI Jornada Integrada em Saúde 2018 do HI

VI Jornada Integrada em Saúde 2018 do HI

A VI Jornada Integrada em Saúde 2018 Hospital Independência "Perspectivas e oportunidades em saúde", foi um sucesso, e uma bela forma de celebrar os seis anos do HI sob a administração da Sociedade Sulina Divina Providência.

A Jornada começou no dia 26 de setembro com a abertura oficial feita pelo diretor Administrativo, Elton Bigolin.

O ciclo de palestras do primeiro dia foi aberto pelo anestesiologista, Dr. Hugo Ribeiro. Formado pela Universidade Federal do Paraná e especializado pela UFRGS, atua no Hospital Independência e no Hospital de Clínicas. Dr. Ribeiro falou sobre "Bloqueios periféricos: a melhor escolha para casos ortopédicos".

Apresentou todos os tipos de anestesias utilizadas, destacando o bloqueio periférico como essencial na cirurgia ortopédica, ainda que a técnica seja complexa. “São necessários muitos treinamentos fora para se alcançar o nível adequado de aplicação do bloqueio. Também é preciso um tempo maior para que se atingir o efeito da anestesia, comparando-se com as outras técnicas, mas essa é uma questão mais fácil de se resolver, basta se iniciar com o bloqueio antes de se levar o paciente para o bloco cirúrgico”, informou.

Segundo o anestesia do HI, o bloqueio contínuo do nervo femural no pós-operatório pode ser feito por vários dias. “O paciente fica sem dor por muito tempo. Também é recomendado aplicá-lo 30 minutos antes da fisioterapia. A recuperação acaba sendo mais rápida também”. Hugo Ribeiro sublinhou que o bloqueio de nervo periférico não tem efeito adverso, há menor risco de alergias e de complicações pulmonares. Ele fez um paralelo entre o bloqueio periférico e a anestesia raquidiana no pós-operatório. “Enquanto o primeiro uso de analgésicos na raquidiana ocorre duas horas após a cirurgia, no bloqueio o uso entra somente 12 horas após”, comemora.

O anestesia informou que o Hospital Independência é o que mais utiliza o bloqueio periférico no RS, trazendo benefícios aos pacientes. Anualmente, são feitas cerca de 3,5 mil cirurgias ao ano.

Dando continuidade ao evento, a gerente hospitalar do São Francisco, São José e Pavilhão Pereira Filho, da Santa Casa de Misericórdia, Cinara Maisonette Duarte, foi a palestrante. Especialista em Gerenciamento de Enfermagem e com MBA em Gestão de Negócios, é mestranda de Ensino em Saúde da Universidade Fundação Ciências em Saúde de Porto Alegre. O tema de sua fala foi "Espiritualidade em Saúde".

“Hoje, os cientistas já estudam a espiritualidade”, abordou Cinara já no início de sua palestra, destacando resultados de trabalhos científicos que mostram a reação do corpo quando o paciente nutre os sentimentos de fé, perdão, gratidão e ora. As ressonâncias magnéticas demonstram que se criam conexões cerebrais em zonas que antes não estavam sendo utilizadas. “Quanto mais espiritualidade, menos stress, depressão, ansiedade em cirurgias cardíacas, por exemplo.

Cinara tratou sobre a importância de os profissionais de saúde estarem abertos ao diálogo com o paciente, sobretudo, em ouvi-los. Ela informou que pesquisas apontaram que 41% dos internados gostariam de falar sobre espiritualidade com as equipes de atendimento. Por isso, segundo ela, estão surgindo literaturas e estudos sobre o impacto da espiritualidade para o doente, sugerindo a leitura do artigo publicado na Revista de Enfermagem, “A importância da religiosidade/espiritualidade na perspectiva dos pacientes oncológicos”.

Em seguida, subiu ao palco o engenheiro Frederico Tarrago, com o tema "Excelência operacional por meio do Lean Six Sigma". Formado pela PUC, especializado em Controladoria e Finanças pela mesma universidade e certificado em Lean Six Sigma Black Belt, atua nas áreas de Melhoria Contínua, Gestão de Projetos e Gestão de Inovação e Processos. Possui experiência nas indústrias automotiva, componentes eletrônicos e na área da saúde.
Tarrago ponderou: “Os EUA investem 30% do seu PIB em saúde. O Brasil, 10%. Ou seja, falta gerir melhor os recursos no nosso país. A saúde precisa de mais eficiência, de muita gestão para diminuir seus gargalos e aumentar o que tem de mais relevante, que é a oferta de leitos”. Com esta provocação, o engenheiro – que já atua na indústria automobilística  e se dedica à gestão na saúde – iniciou sua palestra. O que fica evidente é que no meio hospitalar, a melhor gestão é aquela que diminui a espera pela ocupação de leitos.

Com os processos adotados nos últimos anos no Hospital Moinhos de Vento, com a utilização do Lean Six Sigma, Frederico destaca que a ocupação de leitos tem estado próximo dos 95%. Segundo ele, foi importante informar e sensibilizar todas as equipes para que se comprometessem com as novas rotinas. Foi criada uma campanha institucional referente ao horário de alta dos pacientes. “Identificamos que o melhor horário era liberar os pacientes por volta das 9h. Mas o índice de alta neste horário era de apenas 25%. Enviamos uma mensagem, compartilhamos informações e, no dia seguinte, o percentual subiu para 40%. Da mesma forma, já tivemos significativa redução no tempo de liberação dos leitos, o que nos permite comemorar mais de 95% de ocupação”, sublinha.

O currículo do PhD Eduardo Zimmer impressiona. Pós-doutor em Bioquímica pela UFRGS, ela é professor adjunto do Departamento de Farmacologia da mesma universidade,coordenador do seu Laboratório de Neuroimagem e pesquisador do Instituto do Cérebro do RS. Tem experiência em pesquisa experimental e clínica nas áreas de neuroquímica, comportamento e neuroimagem, com ênfase na doença de Alzheimer. 
Sua palestra tratava justamente desse último tema: "Doença de Alzheimer: Um século de desenvolvimento".

O pesquisador abordou os avanços nas pesquisas sobre a doença de Alzheimer, trazendo dados inicialmente alarmantes, mas também esperanças quanto às descobertas de fármacos que já mostram respostas positivas. Dados de 2017 apontam que 47 milhões de pessoas no mundo sofrem de Alzheimer. No Brasil, são 1,6 milhão. Segundo Eduardo Zimmer, na faixa etária de 65 anos, 1 em cada 9 pessoas possuem a doença. Quando a idade sobre para 85 anos, a incidência é de 1 em cada 3 pessoas. “As mortes pela doença cresceram muito de 2000 a 2015. Foram 123% de aumento. Mas a boa notícia é que temos obtido muitos e importantes avanços que poderão reverter esta realidade”, tranquilizou o Zimmer.

Ele também qualificou como determinante, os diferentes critérios que foram sendo estabelecidos nos diagnósticos. Em 1984, o critério eram os exames clínicos e os testes neuropatológicos, que apontavam se a pessoa era um provável paciente ou um possível paciente de Alzheimer. Já em 2011, os biomarcadores que identificam parâmetros biológicos passaram a ser o critério de diagnóstico. E, em julho deste ano, a comunidade científica e médica deixa de lado os sintomas e foca nos biomarcadores.

A prevenção para a doença de Alzheimer se dá 35% nos não-fármacos. Ou seja, apostar em aconselhamento nutricional, atividades físicas e treinos novos cognitivos são excelentes estratégias para combater a doença. “Uma das mais importantes é propor coisas novas na rotina, atividades que não fazem parte do seu cotidiano, que irão lhe tirar da zona de conforto. Isso produz uma reserva cognitiva maravilhosa”, ensina Eduardo Zimmer.

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