Notícias
21/09/2017
Tratar as causas da Insuficiência Cardíaca é fundamental
Compartilhe:
Em função do Dia Internacional do Coração, comemorado internacionalmente em 30 de setembro, a Linha de Cuidado em Cardiologia do Hospital Divina Providência realizará, de 24 a 30, a Semana do Coração. O artigo a seguir integra esta programação que visa, principalmente, chamar a atenção dos pacientes para a prevenção.
Insuficiência Cardíaca (IC) é a doença em que o coração não consegue bombear adequadamente o sangue para o corpo ou comportá-lo dentro de suas câmaras de forma apropriada, comprometendo as funções de oxigenação do organismo. Embora possa se desenvolver repentinamente, geralmente é uma doença crônica, de longa evolução.
Nos últimos anos, com o crescimento da população idosa no Brasil, observa-se um potencial crescimento de pacientes em risco ou portadores de IC. Conforme dados do Sistema de Saúde Público Brasileiro, a Insuficiência Cardíaca representa a maior causa cardiovascular de atendimentos hospitalares, somando ao redor de uma em cada 5 internações e quase 10% da mortalidade.
Em nosso país a causa mais comum de IC é a doença coronariana (estreitamento ou obstrução das artérias do coração, prejudicando o transporte de sangue para o músculo cardíaco). Outros fatores de risco, ou seja, condições facilitadoras para surgimento da IC são: Hipertensão Arterial, Tabagismo, Diabetes Mellitus, Doença das Válvulas Cardíacas, Alcoolismo, Doença de Chagas, uso de quimioterápicos, entre outras. Os pacientes que apresentam apenas os fatores de risco, devem receber tratamento junto ao seu médico para evitar o aparecimento da IC. Caso esta já tenha se instalado, as causas devem ser igualmente tratadas para o adequado controle da síndrome da Insuficiência Cardíaca.
A falta de ar e o cansaço são os sintomas mais comuns
A falta de ar (dispneia) ou cansaço são os sintomas mais comuns. Quando a doença se instala lentamente, inicialmente a falta de ar se manifesta diante de esforços físicos como subir uma lomba ou caminhar mais de duas quadras no plano. Alguns pacientes podem não procurar atendimento nos primeiros estágios da doença atribuindo os sintomas ao envelhecimento. Caso a doença não seja diagnosticada e tratada a tendência é que progrida, podendo ocorrer os sintomas com esforços menores (como tomar banho e pentear o cabelo), ou até mesmo em repouso nos casos mais avançados.
Outras queixas comuns que devem levantar a suspeita de IC são a incapacidade de dormir com apenas um travesseiro ou com a cabeceira reta devido à falta de ar (Ortopneia), assim como despertares noturnos com falta de ar (dispneia paroxística noturna). Os pacientes também podem ter tosse, inchaço nas pernas, ganho de peso anormal e palpitações. Em casos de instalação aguda, ela pode se apresentar de forma grave com falência respiratória.
Quando a IC está descompensada (causando sintomas), existem medicamentos capazes de trazer melhora e diminuir o risco de morte. O tratamento, ambulatorial ou hospitalar, será definido de acordo com a gravidade.
Mudanças no estilo de vida
Além das medicações que o cardiologista irá prescrever, o paciente deve consumir uma dieta que não ultrapasse seis gramas de sal por dia. Também deve evitar álcool e cigarro, realizar as imunizações devidas (Vacinas para Influenza e Vacina Pneumocócica) e, quando plenamente autorizado pelo seu especialista, participar de um programa de exercícios físicos supervisionado.
Procedimentos sofisticados na Insuficiência Cardíaca
Em muitos casos torna-se necessária a realização de procedimentos como colocação de stents nas artérias coronárias, Cirurgia de Revascularização Miocárdica (cirurgia de Ponte de Mamária ou Ponte de Safena) ou Cirurgia de troca de Válvula Cardíaca para o adequado controle da IC. Em casos mais avançados, onde o risco de arritmias e morte súbita é maior, pode ser necessário o uso de dispositivos como marcapassos, cardiodesfibrilador implantável e terapia de ressincronização cardíaca. Já os pacientes refratários podem necessitar de transplante cardíaco.
Referências Bibliográficas
-www.cardiol.br (Sociedade Brasileira de Cardiologia)
-www.uptodate.com (Epidemiology and causes of heart failure)
-Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 201
(Edição: Adelar de Oliveira - Jornalista MTB - 6473)
Fonte: Dr. Guilherme Reissig, cardiologista
Compartilhe: