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O coordenador da Central Única das Favelas (CUFA/RS), Manoel Soares, que também é repórter da RBS TV, esteve na tarde de hoje, terça-feira, dia 27 de outubro, no auditório Pe. Eduardo Michelis, no Hospital Divina Providência. O objetivo foi divulgar o projeto Papo Reto, que desenvolve em parceria com o Divina.

Manoel iniciou falando do caso da grande família sapucaiense que foi fortemente atingida pelas chuvas e reside em uma minúscula casa sem estrutura mínima para suportar as forças dos ventos e da água. Segundo o repórter, esta era uma pauta primariamente breve, mas que acabou se tornando algo maior. Foi com este exemplo de situação que introduziu o assunto principal: o papel da CUFA e do Hospital nas mudanças dentro das favelas.

De acordo com Manoel, a parceria entre o Divina e a CUFA atende cerca de 30 mil crianças na rede de ensino, trabalhando de maneira lúdica e com foco nas crianças que não são usuárias de drogas. “Desde que iniciamos o trabalho, a incidência de tráfico dentro das escolas diminuiu em 26%”, comemorou. Mas alertou, também, que este número ainda é muito pequeno se comparado ao aumento da criminalidade nas escolas que vem de muitos anos.

Manoel também aproveitou o espaço para contar parte de sua infância, de sua vida, dos ensinamentos e valores que aprendeu, que o mantiveram longe das drogas, do crime e que inspiraram o livro ‘A luta de Dênis’. “A nossa verdadeira luta hoje é reconectar os jovens com os valores que perderam, muitos dos quais herdaram de suas famílias, mas que foram corrompidos pelas drogas”, explicou.

Sobre os bons exemplos que se devem ser passados às crianças, foi sucinto: “Do mesmo jeito que ninguém nasce bandido, ninguém nasce ético, e aí está a grande importância dos valores e ensinamentos”. Conforme o coordenador da CUFA/RS, a mudança na realidade cruel das favelas do Brasil não está apenas nas mãos de uma instituição: “Depende de todos nós”, frisou. Por fim, após dar exemplos de contribuições que a parceria com o Divina dá ao projeto, apelou aos presentes: “Apesar da violência e das drogas, nossos valores não podem ficar fragilizados”, concluiu.

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