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A tarde desta sexta-feira, dia 29 de maio, foi marcada pela abordagem do tema ‘Trabalhando em rede’, último painel da XI Semana Científica do Hospital Divina Providência e que também encerrou as comemorações do 46º aniversário da instituição. A diretora-geral, Irmã Maria Eloni Coczenski, fez a abertura do evento agradecendo a presença de todos. “Esta semana foi muito bonita, e hoje a tarde será muito rica também”, previu a religiosa.

A primeira palestra foi da psicóloga Ruth Wissmann Alves, do setor de Saúde Mental do Hospital São José, de Arroio do Meio. Ruth apresentou sua instituição, as condições estruturais do hospital e contou o caminho do paciente – envolvidos com tabagismo, cocaína, crack, álcool e outras drogas–. Ruth também explicou a importância das reuniões de equipe entre médicos, psicólogos, farmacêuticos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais que atuam junto à Saúde Mental. Citou as atividades propostas aos internados, bem como a rotina dos pacientes.

A psicóloga recitou de Raul Seixas: “A arte de ser louco é jamais cometer a loucura de ser um sujeito normal”. “Lá no Hospital a gente gosta muito do Raul”, disse. Ao final de sua apresentação, ilustrou suas palavras com dois vídeos realizados com os pacientes da equipe de Saúde Mental do Hospital São José.

Hospital Santa Isabel é historicamente comprometido com a comunidade

O enfermeiro Guilherme Mantovani, gerente Assistencial do Hospital Santa Isabel, de Progresso, falou sobre a experiência da interação com a comunidade. Apresentou o perfil do hospital de 73 anos – o mais antigo da Rede de Saúde Divina Providência –, de caráter filantrópico e falou sobre a estrutura e a vontade de ser uma instituição de referência.

De acordo com Guilherme, algumas ações de integração com a comunidade, em um município pequeno como Progresso, ficam mais fáceis. “As principais tarefas estão na construção de políticas públicas, na atuação da vida paroquial, nos eventuais jantares italianos e em projetos sociais”, resumiu. Para encerrar sua apresentação, Guilherme mostrou uma foto de sua família, concluindo: “Meu trabalho é alinhado aos meus valores humanos, espero que todos sejam felizes como eu”.

Hospital Independência criou a “Unidade sem Dor” para os pacientes não-cirúrgicos

A penúltima exposição da tarde foi da enfermeira Gláucia Trevisan, gerente Assistencial do Hospital Independência, que apresentou o projeto “Unidade Sem Dor”. A instituição, especializada em Traumato/Ortopedia atende 100% pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e é regulada totalmente pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre. Atualmente a fila de espera para atendimentos do Hospital é de aproximadamente 2 anos.

Conforme a palestrante, o surgimento da Unidade se deveu ao fato de apenas 17% dos pacientes terem necessidades cirúrgicas. “O nosso objetivo na Unidade sem Dor é oferecer aos restantes 83%, que não têm indicação cirúrgica, alternativas de tratamento”. Gláucia explica que se resolveu atuar preventivamente porque as pessoas com dor ficam afastadas do trabalho e não conseguem retomar suas vidas. “Atuando para diminuir a dor, o Independência também reduz a quantidade de consultas especializadas, abrindo vagas para novos pacientes.”

A enfermeira explica que a equipe obtém grande mérito quando consegue reduzir a dor crônica entre 20 e 30% e ensinar o paciente a conviver com a dor quando não for possível diminuí-la. Do total de pessoas atendidas atualmente, 61% são trabalhadores autônomos e a maioria está na faixa entre 51 e 60 anos. O Hospital Independência foi reaberto em 28 de setembro de 2012. Possui 90 leitos de internação, 4 salas cirúrgicas e 14 leitos de recuperação. Do total de pacientes atendidos 55% são de Porto Alegre e 45% de outras regiões do Estado.

No Divina, época de crise é tempo de reduzir custos

Para apresentar o tema ‘Desafios institucionais e as estratégias de sustentabilidade’, o diretor Administrativo do Hospital Divina Providência, Robson Morales (foto acima), iniciou a palestra falando sobre a inspiração do fundador da Congregação das Irmãs da Divina Providência, o Pe. Eduardo Michelis. “O nosso papel é levar adiante a Missão”, explicou. Sobre os desafios da sustentabilidade, Robson levantou a questão do desperdício; a empresa hospital como indústria, hotel, comércio e serviço; o modelo de gestão-enfoque sistêmico e as estratégias básicas da sustentabilidade. “A época não é boa para aumentar receita, mas sempre é tempo para reduzir custos”, resumiu o Administrador.

Por fim, os quatro palestrantes uniram-se à Mesa Redonda dirigida pelo diretor de Relações Institucionais do Hospital Divina Providência, Dr. Sérgio Albuquerque Frederes, para aprofundar os assuntos levantados durante a tarde e responder aos questionamentos do público. “Comunicação e fala aberta, isso faz a estruturação da rede”, disse Glaucia Trevisan. Para finalizar a XI Semana Científica e às comemorações do 46º aniversário do Hospital Irmã Elise Sehnem tomou a palavra. “Me sinto gratificada em presenciar este momento, a Divina Providência jamais faltará”, concluiu.

Fonte: Textos e Fotos: Adelar de Oliveira e Bianca Fazollo