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23/07/2014

Equipe do Divina realiza cirurgia cardíaca no interior da UTI Neonatal

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Dar colinho e amamentar o filho recém-nascido é o sonho de toda a mãe. Para o casal Sandra Christ, 36 anos, e Eduardo Marona, 34 anos, isso só foi possível quando Maria Eduarda, completou 42 dias de vida. Durante todo este período, ela estava internada na UTI Neonatal, entubada.

No dia 20 de março, Maria Eduarda, que nasceu no dia 13 de fevereiro, com 33 semanas de gestação, pesando 1,510kg e medindo 41 cm, foi submetida a uma toracotomia lateral esquerda – cirurgia feita no tórax – para correção de Persistência do Canal Arterial –, em decorrência de duas cardiopatias congênitas, que ocasionam hiper fluxo pulmonar, CIV (Comunicação Interventricular) e PCA (Persistência do Canal Arterial).

O procedimento, realizado pelos cirurgiões cardiovasculares Nicásio Tanaka e Raphael Pereira, pela primeira vez dentro da Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. A razão foi a gravidade do caso, pois a recém-nascida poderia não resistir ao deslocamento até o Centro Cirúrgico. A situação de hiper fluxo, se não for corrigida nos primeiros dias, tem índice de mortalidade de 100%.

“A cirurgia de alta complexidade, mobilizou profissionais altamente capacitados da UTI Neonatal e do Centro Cirúrgico.”

Conforme Dr. Tanaka se trata de uma má formação do feto no período embrionário. “É a persistência de um ducto (canal arterial), responsável por desviar o sangue proveniente do ventrículo direito para a circulação sistêmica, uma vez que o fluxo pulmonar é inexistente no útero materno. O canal tende a se fechar até o 7º dia de vida. No caso da Maria Eduarda, mesmo com o uso de medicações específicas, o ducto não se fechou o que chamamos de persistência do canal arterial”. A cirurgia de alta complexidade, por ser em um prematuro, durou cerca de 3 horas e mobilizou profissionais altamente capacitados da UTI Neonatal e do Centro Cirúrgico.

“Adequamos uma parte da UTI Neonatal, num ambiente restrito, que funcionou perfeitamente graças ao empenho de todos”, ressalta Dr. Tanaka. Após completar um ano de idade, a paciente terá que fazer a correção definitiva para viver uma vida normal. Ou seja, precisará realizar a correção da CIV. A coordenadora do Centro Materno-Infantil, enfermeira Neuza Richetti Polesello, ponderou que o sucesso do procedimento deveu-se ao envolvimento de várias equipes incluindo as do Centro Cirúrgico. “Agradecemos também à compreensão dos pais das outras crianças internadas que não puderam permanecer com seus filhos durante a cirurgia”, conclui Neuza.

Paciente é acompanhada por médicos de várias especialidades

Maria Eduarda teve alta no dia 9 de maio, pesando 3,100kg. No dia 26 de maio já estava com 3,500kg. A pequena respira com a ajuda de um aparelho concentrador de oxigênio com cilindro portátil e oxímetro. A paciente é acompanhada por pediatra, pneumologista, cardiologista, otorrinolaringologista, oftalmologista, neurologista e fisiomotor. A indicação é que as visitas sejam restritas e que não saia ao ar livre até novembro, evitando uma possível infecção. As avós materna, Vera Maria, e paterna, Lia Maria, estão sempre de prontidão nos cuidados.

“Foram dias e noites de insegurança, incerteza e medo de perder a nossa filha, porque nós não sabíamos o que ela tinha e a cada dia ela piorava. Mas, graças à competência dos profissionais, Maria Eduarda está bem”, conta Eduardo, com os olhos marejados. Recolhidos em casa o casal planeja para depois de novembro, quando a nenê estará liberada, aproveitar o máximo para passear e receber os amigos, que ainda não podem visitar a paciente devido à restrição médica.

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