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02/07/2010
Cuidar e se cuidar
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A vida necessita de condições, de cuidados para se manter íntegra, para que possa germinar e florescer o potencial que cada pessoa traz dentro de si. Promover e recriar a vida, cuidar da vida é a nossa missão do Hospital. Cuidar não é estar preocupado apenas com um atender meramente mecanicista, tarefeiro, com procedimentos. É uma forma de viver, de ser, de se expressar, sendo uma postura ética e estética frente à dignidade da vida. Inclui comportamentos, valores, habilidades, atitudes de amor, respeito, interesse, envolve o sentimento e o coração, no sentido de favorecer as potencialidades das pessoas.
Camilo de Lellis, o padroeiro dos doentes, dos profissionais da saúde e dos agentes de Pastoral, dizia ao seu pessoal do hospital: “É preciso mais coração nas mãos”. Quem lida com as dores alheias é um ser humano em sofrimento contínuo. O fato é que um cuidador que é comprometido com seu trabalho sempre terá suas próprias dores ativadas no contato com a dor do outro. E quem cuida de quem cuida? É bem verdade que os cuidadores negligenciam frequentemente o seu próprio cuidado. “A vida é sempre pessoal, intransferível e de autorresponsabilidade.” (Ortega y Gasset). É o nosso bem mais precioso. Por isso é necessário que tenhamos para com ela uma atitude de amor e de responsabilidade.
“Para prestar cuidado é necessário que saibamos nos amar primeiramente.”
É preciso atender, de forma equilibrada e harmônica, às necessidades de todas as suas dimensões: de nosso corpo, da mente/psique, do espírito; considerar os nossos anseios de sobrevivência, trabalhar as próprias questões internas, exercitar a interação social, o espírito de solidariedade mútua, equilibrar atividades e repouso, construir uma ponte com o humano e o Divino, entre criatura e Criador – fonte de sentido de nossa existência. Isto pode significar um desafio pela exigência de mudança de hábitos. Para cuidar da pessoa inteira é preciso estar presente como uma pessoa inteira; do contrário, a capacidade para compreender, amar, responder e se relacionar se torna limitada. Quem se ama se cuida. “Para prestar cuidado é necessário que saibamos nos cuidar (amar), primeiramente.” Só assim podemos nos tornar instrumentos vivos, eficazes nas mãos da Providência, sendo portadores do conforto, da paz, do amor, elementos de nossa saúde, do nosso bem-estar integral e verdadeiro.
Irmã Norma Weber – Pastoral da Saúde no Hospital Divina Providência
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