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A Equipe de Cirurgia Bucomaxilofacial chefiada pelo Dr. Miguel Scheffer realizou, no Hospital Divina Providência, cirurgia inédita de instalação de prótese bilateral de mandíbula – articulação têmporo/ mandibular, popularmente conhecido como “carrinho”. A intervenção foi realizada no último dia 31 de março, na paciente Kátia Zeferinno, de 30 anos, moradora de Criciúma, SC. Ela apresentava anquilose – fusionamento das articulações têmporo/mandibulares (ATMs) – devido à sequela de traumatismo de mandíbula em que ocorreu fratura na região anterior da mandíbula, associada a traumatismo das articulações, com formação de hematoma intra-articular e deslocamento da mandíbula – luxação – nas articulações. Kátia foi vítima de um acidente de automóvel em junho de 2007 em que também fraturou o joelho e o tornozelo.

Para a paciente “ o Dr. Miguel foi o único médico que se interessou pelo meu caso, já que as outras cirurgias não deram certo. Eu admiro muito a competência dele e dos profissionais do Hospital Divina Providência, que me atenderam muito bem”, afirma.

As sequelas do trauma

O Dr. Miguel Scheffer explica que, apesar dos esforços, através de tratamento clínico – instituição de fisioterapia e medicações – e duas cirurgias anteriores o tratamento não apresentou o efeito esperado e as duas articulações foram evoluindo para anquilose óssea – fusão óssea. Como sequela do trauma, a paciente apresentou redução dos movimentos da mandíbula e abertura bucal e em 3 anos a abertura máxima era de 3 mm. “Em função disso, a paciente sofria as consequencias desta limitação, que repercutia em deficiencias nutricionais, na fala e negativamente nas atividades sociais e laboriais por auto estima deficiente”, recorda. Ainda conforme o médico, a paciente já apresentava quadro psicológico de depressão, inclusive, por apresentar deterioração da saúde bucal pois não havia possibilidade de realizar tratamento odontológico.

“A cirurgia consistiu em instalar um sistema protético que substitui a articulação óssea fusionada por peças de titânio – ramo e condilo mandibular – que se articulam na base do crânio em uma estrutura de poliuretano de alta densidade, fixada na região da cavidade articular, substituindo-a, recuperando a mobilidade da mandíbula e impedindo novo fusionamento entre a mandíbula e a base do crânio”, relata Dr. Scheffer. A cirurgia, realizada com o auxílio dos médicos Renato Santos e Eduardo Herrera, durou mais de 7 horas, e foi a primeira desta natureza no Rio Grande do Sul o que vem a inserir no Estado, uma nova abordagem nos tratamentos das doenças incapacitantes das ATMs que podem ter origem em sinais e sintomas iniciais de dor, estalidos na abertura e fechamento, restrição dos movimentos e incoordenação muscular e contraturas – espasmos.

Nova fase no tratamento

A cirurgia recuperou inicialmente a mobilidade de 30 mm. Após 21 dias, a paciente já apresentava abertura de 38mm, o que, praticamente, já pode ser observado como atividade normal de abertura. Esta etapa inaugurou uma nova fase de tratamento de pacientes incapacitados devido a patologias de ATMs que vão desde doenças articulares degenerativas como artrites de diversas origens às desordens internas – deslocamento de disco ou menisco – que já estavam sendo tratadas rotineiramente a alguns anos, mediante artroplastia e ancoragem de disco com âncoras de titânio.

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