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23/06/2009
O orador embargou a voz
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Subir e descer o morro de chão batido, ‘amassar o barro’, como diziam antigamente, equipar e montar as salas, andar por andar, ensinando homens e mulheres. Estas são as imagens guardadas na memória do ex-funcionário do Hospital Divina Providência, Manoel Colombo, um dos primeiros auxiliares de Enfermagem da instituição, em 1969. Colombo recorda que foi contratado antes mesmo da inauguração do Hospital, a convite da Irmã Orana Maria Moeller. “Trabalhávamos juntos no Hospital Beneficência Portuguesa e então surgiu a oportunidade. A experiência que tive no Divina foi um marco na minha carreira profissional, pois lá aprendi muito”, conta.
Zé (E), o funcionário mais antigo do Hospital, recebe o abraço de Colombo, colega dos tempos da fundação
O crescimento da instituição vem sendo acompanhado pelo ex-auxiliar de Enfermagem. “O Hospital cresceu bastante e é uma referência no Estado”, atesta. Outra recordação que deixa Colombo muito emocionado é o dia da inauguração, em 31 de maio de 1969, quando foi o orador da solenidade. “Lembro que toda a comunidade estava presente, havia muitas autoridades, entre elas, Dom Vicente Scherer e o presidente da CNBB, Dom Ivo Lorscheiter, e eu tive que decorar tudo o que tinha que dizer. No meio do texto minha voz embargou”, lembra, com lágrimas nos olhos.
Experiência e satisfação
É assim que o Auxiliar de Pessoal, José Jorni Cândido dos Santos, define o tempo que está no Divina: há 40 anos. O Zé, como é conhecido por todos os funcionários, chegou uns dias antes da inauguração, quando tinha 24 anos. “Era um Hospital pequeno, acho que tinha uns 100 funcionários, tanto que o meu número de registro é o 93. E hoje temos toda esta estrutura. Dá uma satisfação muito grande em ter colaborado para que chegássemos a este nível”, declara.
Comedido nas palavras, desta vez Zé resolveu deixar a sua mensagem: “Quarenta anos de Hospital significa que os amigos foram mais fortes que os inimigos. Que o número de acertos foi maior que o de erros. Que foi possível atravessar crises com paciência e otimismo. Que o trabalho sempre foi o melhor remédio para enfrentar as incertezas. Que houve luta contra o hábito e a rotina. Que se achou que se podia fazer cada tarefa ainda melhor. Quatro décadas depois há muita coisa a dizer, até livros a escrever. O melhor, porém, é continuar trabalhando. Obrigado por tudo!”
Fonte: Beatriz Araújo
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