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01/11/2007
Diga sim a vida, pare de fumar
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Com o avanço da ciência, o tabagismo antes visto como estilo de vida, é atualmente reconhecido como uma dependência química que expõe as pessoas a inúmeras substâncias tóxicas. Os dependentes do tabaco são as principais vítimas de doenças limitantes e muitas vezes fatais, como o câncer. Hoje o tabagismo está classificado internacionalmente no grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas.
Aos profissionais da saúde, ajudar um fumante a deixar de fumar é uma questão de ética e, sobretudo, de humanidade.
Propaganda enganosa
O uso agressivo de propaganda e marketing, especialmente a partir da década de 50, quando as técnicas de publicidade se desenvolveram, foi historicamente decisivo para dar ao comportamento de fumar uma representação social positiva, através de um processo de associação entre o consumo de derivados do tabaco e o ideal de auto-imagem, como beleza, sucesso e liberdade. Assim, ao longo de décadas, o comportamento de fumar foi tornando-se familiar e o cigarro objeto de desejo de milhões de pessoas.
Hoje temos 1,1 bilhão de fumantes e 4 milhões de morte anuais no mundo devido ao tabagismo. Se o atual. padrão de consumo não for revertido, esse número poderá chegar a 10 milhões de mortes anuais em 2020. Vale ressaltar que, dessas, 70% ocorrerão em países em desenvolvimento, onde os problemas graves associados ao tabagismo dividirão o cenário com problemas básicos de saúde como desnutrição, parasitoses, deficiência de saneamento e de suprimento de água, doenças infecto-contagiosas, ainda não controladas.
O tabagismo responde atualmente por 40 a 45% de todas as mortes por câncer, 90 a 95% das mortes por câncer de pulmão, 75% por DPOC, cerca de 20% das mortes por doenças vasculares, 35% das mortes por doenças cardiovasculares, entre homens de 35 a 69 anos de idade, nos países desenvolvidos. Este fato contribui para que hoje o tabaco responda por 15% do total de mortes nesses países. No Rio Grande do Sul, a proporção de morte atribuíveis ao fumo passou de 5,1%, em 1970, para 8,7% em 1990, cifra superior à média mundial estimada.
Adoecimento começa na juventude
Apesar do adoecimento e a morte causada pelo tabagismo se manifestarem entre adultos, ela começa na infância. Hoje, vários estudos corroboram que 90% dos fumantes iniciaram até os 19 anos e 50% dos que experimentaram 1 cigarro se tornaram fumantes na vida adulta.
Pesquisas mostram que apesar da maioria dos fumantes desejarem parar de fumar, apenas cerca de 3% conseguem parar definitivamente a cada ano. Destes, 85% deixam de fumar sem um apoio formal, o que aponta para o grande potencial que a abordagem rotineira do fumante pelos profissionais de saúde pode oferecer para reduzir a prevalência de fumantes.
PSF Rincão realiza trabalho preventido desde 2006
No Programa de Saúde da Família (PSF Rincão), desde dezembro de 2006, fora iniciadas pelas equipes do Hospital Divina Providência as atividades de grupo, todas as quintas feiras das 16 às 17h. Temos tido muito sucesso pois em torno de 15 pacientes já pararam de fumar com a abordagem cognitiva comportamental técnica utilizada nos grupos e, desde agosto, estamos também com suporte de medicações como: goma de mascar de nicotina ou medicamento Bupropiona, fornecido pela Secretaria Municipsa de Saúde (SMS) para os pacientes que tiverem indicação de uso pela avaliação médica e que tenham participado dos 4 encontros do grupo no mês.
Esperamos com esta atividade promover saúde e prevenir doenças como melhora da pressão, diminuição dos riscos de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e conseguir que muitos fumantes deixem do tabaco, através das atividade de grupo com estímulos continuados e acompanhamento com consultas para diminuir os riscos de recaída. Fortalecimento da auto-estima. Orientar sobre os riscos a saúde determinados pelo tabagismo e riscos aos fumantes passivos e conseguir com isso que muitos que não parem neste primeiro momento possam refletir e numa próxima fase decidirem em parar de fumar. Formar também agentes difusores dos malefícios do tabaco na comunidade e dar um bom exemplo para as crianças.
Responsáveis e com capacitação em abordagem e tratamento do tabagismo: Dra Marli Boniatti Colle e enfermeira Vanessa Britto Couto. PSF Rincão
Biobrafia consultada
Consenso de Abordagem e Tratamento do Fumante Ministério da Saúde e INCA.(Internet) Duncan cap. 55 tabagismo, pág. 533; Manual do participante Deixando de fumar sem mistérios 1997, Ministério da saúde e INCA.
Fonte: *Dra. Marli Boniatti Colle e Enfermeira Vanessa Britto Couto (PSF ? Rincão)
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