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28/06/2021

“Mesmo vacinado, use máscara”, recomenda campanha do HI

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- Crédito: Divulgação/Banco de Imagem

A pandemia ainda não acabou e os números de casos e de mortes continuam preocupantes tanto no estado quanto no país. Mesmo vacinado, é muito importante continuar usando máscara para que se possa interromper a propagação do vírus. Diante disso, o Hospital Independência (HI) realizou uma campanha interna para conscientizar que, mesmo vacinados, os colaboradores devem seguir utilizando a proteção em todos os momentos.


O mote principal para a campanha veio a partir dos resultados de uma pesquisa apontando que 70% das contaminações por coronavírus dentre os profissionais da saúde não ocorrem durante o cuidado com os pacientes infectados, mas através dos aerossóis, em contatos sociais.


A médica intensivista e gestora clínica das UTIs do Hospital Independência, Ana Carolina Peçanha adverte que a vacina não garante 100% de proteção e, mesmo com as duas doses, é possível adoecer e transmitir o vírus. Além disso, salienta que mais de 59% dos casos de transmissão ocorrem por meio de pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas. Isso gera um alerta sobre a transmissão da Covid-19 através do ar, por meio de aerossóis, e não apenas por gotículas expelidas.


Como ocorre a transmissão entre a equipe de saúde


A médica intensivista afirma que o principal mito é que o vírus se transmite por superfície, e esclarece que isso é raro ou quase improvável. “Nunca falamos que o risco é zero ou não existe, mas não tem sentido limpar compras de supermercado ou superfícies para ‘evitar a contaminação’, é preciso porque higiene é um bom ato e deve ocorrer sempre.”


Ana Carolina lembra que, no começo da pandemia, acreditava-se que os procedimentos médicos, como colocar máscaras de oxigênio ou o ato de intubar o paciente produziam altos níveis de aerossóis. “Hoje já sabemos que falar, falar alto, cantar, tossir, comuns nas atividades diárias, emitem muito mais aerossol que qualquer procedimento que fazemos com pacientes da UTI”, diz. Ela cita um estudo do laboratório Pfizer, que mostrou que em 70% dos casos de adoecimento dos profissionais da saúde, a fonte não vinha dos cuidados com os pacientes, mas dos contatos com familiares e amigos.


“Os pacientes pioram lá pelo 10º, 12º dia de sintoma, mas nesse período, o risco contaminante para a equipe é baixo. Já se tem literatura de que depois dos dez dias de sintomas, principalmente para quem tem a doença de forma leve, é o ponto de corte para sair do isolamento. Por isso, é muito mais perigoso estar sem máscara perto de alguém assintomático, pois não sabemos há quantos dias está contaminado para saber o nível de transmissibilidade”, explica a intensivista.

O que são os aerossóis?


Aerossóis, transmissores do vírus, são partículas invisíveis e se dispersam pelo ambiente, produzidas ao falar, cantar, exercitar-se, gritar, tossir ou espirrar. Segundo a especialista, é uma partícula muito pequena e variável, e fica dispersa no ar, flutuando. “É como estar perto de alguém fumando, mas esses aerossóis são invisíveis. Quanto mais próximo, maior o risco, então está aí a importância da máscara”, explica. “Já a gotícula é como quando estamos falando com alguém e sai uma gota de saliva, de maior ou menor tamanho. A gotícula, diferentemente do aerossol, cai, não fica dispersa no ar, ela faz o movimento balístico e se deposita no chão rapidamente, então não cai a mais de um metro.” 


Contaminação não ocorre somente em grandes aglomerações


Sobre as orientações para a população, a médica afirma que podemos observar os Estados Unidos e Israel, que têm cobertura vacinal ampla, onde a mortalidade diminuiu muito, mas que esse ainda não é o caso do Brasil. “Um equívoco muito comum é as pessoas acharem que é só em grandes aglomerações que nos contaminamos, mas visitar uma pessoa que não mora conosco já é uma exposição. Compartilhar a mesa já aumenta o risco”, observa.

Para Ana Carolina, não adianta tomar chimarrão em cuias separadas quando o vírus se transmite pelo ar e não pela superfície. “Esse problema é muito negligenciado.” Orienta, ainda, que a máscara mais adequada e eficiente é a PFF2. 

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